(Bloomberg) - A colombiana Avianca Holdings e a United Continental estão próximas de um acordo para formar uma joint venture que não envolverá qualquer aporte de recursos, disse José Efromovich, membro do conselho da Avianca e irmão do presidente do conselho, Germán Efromovich, em entrevista em São Paulo.
O acordo seria o desfecho para um ano de negociações entre as duas empresas em busca de um relacionamento mais próximo. Se aprovado pelos órgãos reguladores, o acordo de joint venture permitirá às companhias compartilhar lucros e coordenar tarifas e horários.
"Nós subestimamos os prazos", disse José Efromovich em entrevista em São Paulo na semana passada. A Avianca e a United fazem parte do grupo de compartilhamento de milhas Star Alliance.
Um grande obstáculo foi removido em novembro, quando a Avianca e sua segunda maior acionista, a Kingsland Holdings, chegaram a um acordo para por fim a pendências judiciais. A Kingsland processou a companhia aérea, a United e os irmãos Efromovich, alegando que as partes haviam negociado secretamente um empréstimo de US$ 800 milhões e uma parceria estratégica. Parte dos recursos teria sido destinada a quitar empréstimos com o hedge fund Elliott Management Corp, de Nova York, disse a Kingsland.
O acordo agora em discussão não envolve uma injeção de caixa na Avianca, disse José Efromovich.
"A United não está colocando um centavo na Avianca Holdings", disse ele. Nem o Elliott, completou. A United não quis comentar. O fundo Elliott Management não retornou pedidos de comentários.
Separadamente, a United mais que dobrou sua participação na Azul SA, para 8 por cento, de acordo com um comunicado de sexta-feira.
Os concorrentes locais da Azul incluem a Avianca Brasil, que está tentando realizar uma fusão com a Avianca Holdings sem cronograma fixo, disse Efromovich, que controla a companhia aérea brasileira. Fazer esse acordo depende da Avianca Brasil reportar lucro, disse ele. Os resultados da empresa em 2017 estão sendo auditados antes de serem enviados à Anac em breve.
O ano passado teria sido positivo para a Avianca Brasil se ela não tivesse investido em vôos internacionais, disse ele. No pior cenário, a companhia deve ficar um pouco abaixo do break even.
Embora a Avianca Brasil não tenha planos imediatos de realizar uma abertura de capital, a ideia não está fora de questão.
"Somos abordados direto para IPOs e bonds", disse Efromovich. "Ainda estamos segurando." |