Após 4 anos da Copa do Mundo no Brasil, ainda há obras inacabadas em BH

Fonte CONUT - 22/05/2018 - 13h28min
Após 4 anos da Copa do Mundo no Brasil, ainda há obras inacabadas em BH
Quatro anos se passaram da realização da Copa do Mundo 2014 no Brasil, mas as lembranças de obras inacabadas e até das que não saíram do papel ainda fazem parte do cenário de Belo Horizonte.
 
Muito se falou quando o assunto era mobilidade urbana, hospedaria e obras que dariam mais conforto aos passageiros que desembarcariam no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana da capital mineira. Mas o saldo final não foi como o planejado.
 
Veja abaixo o detalhamento de como estão obras previstas na matriz de responsabilidade da Copa do Mundo de 2014:
 
Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (Confins)
 
No Aeroporto Internacional há obras paralisadas desde setembro de 2014. A BH Airport, concessionária que administra o terminal, disse que a empresa assumiu as operações em agosto do mesmo ano, logo após a realização do mundial de futebol.
 
A empresa informou que as obras previstas para a Copa são de responsabilidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e que o projeto incluia a melhoria e expansão do terminal de passageiros já existente, ampliação no sistema de pistas e do terminal de aviação geral, conforme previsto no contrato de concessão. Essas obras foram concluídas parcialmente porque foram paralisadas em setembro.
 
Ainda segundo a concessionária, para assegurar conforto aos passageiros e usuários e garantir a eficiência operacional, a BH Airport mudou o projeto ao longo de 2015 e 2017 e as obras chegaram a R$ 130 milhões.
 
Com relação à conclusão da reforma, a BH Airport informou que mantém negociações com o governo e com a Infraero para avaliar a melhor maneira de retomar as obras, que incluem a ampliação e modernização do terminal existente e a conclusão da ampliação e reparos no sistema de pistas.
 
Já a Infraero disse que foi notificada em 28 de agosto de 2014 sobre a intenção do consórcio Marquise/Normatel, responsável pelas obras de reforma e ampliação do terminal de passageiros, em não dar continuidade aos trabalhos.
 
Segundo o contrato, a iniciativa previa a possibilidade de rescisão unilateral, com aplicação de multa e até penalidade de impedimento em licitar com a Infraero. Ainda conforme a Infraero, em janeiro de 2015, visando a continuidade das obras, optou pela rescisão, publicada no dia 19 no Diário Oficial da União. Com isso, a Infraero poderia discutir com a nova concessionária responsável pela administração de Confins (BH Airport) a melhor maneira de prosseguir os trabalhos.
 
Mas, atendendo à determinação da 22ª Vara de Justiça do Distrito Federal, a Infraero suspendeu em 11 de fevereiro o ato de rescisão contratual relativo às obras de reforma e ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional. Atualmente, a Infraero depende de uma decisão da Justiça para retomar os trabalhos.
 
Em paralelo, a empresa informou que está em conversa com a concessionária em uma nova licitação para o restante das obras e a execução delas pela BH Airport, de acordo com o que está previsto no contrato de concessão.
 
A Infraero informou que no terminal 1, o projeto dos serviços remanescentes inclui reforma das salas de embarque internacional e doméstico, reforma do desembarque internacional, instalação de elevadores, troca de escadas rolantes, execução do prédio comercial, estação de tratamento de água, subestação de energia, sistemas elétricos e de TI e alteração do layout do check-in.
 
A ampliação e reforma do saguão de embarque, a substituição das nove pontes de embarque, cinco elevadores, sete escadas rolantes, três novos acessos de embarque, ampliação das salas de embarque, reforma da sala de desembarque doméstico, novo terraço panorâmico, reforma e ampliação do estacionamento, novo acesso viário e a cobertura da antiga via de acesso foram todos concluídos.
 
De acordo com a Infraero, com a conclusão dessas obras, a capacidade do terminal 1 aumentou de 10,2 milhões para 11,7 milhões de passageiros/ano.
 
Com relação à obra de reforma e ampliação do sistema de pistas e pátios, a Infraero afirmou que existem dois aspectos. A reforma e ampliação do sistema de pátios, aumento da área de 113.345 m² para 369.384 m²; e a ampliação em 600 metros da pista de pousos e decolagens (que atualmente conta com 3 mil metros de extensão), reforma da pista existente e construção de saídas rápidas.
 
Em janeiro de 2015, a Infraero e a BH Airport acordaram que a primeira empresa ficaria responsável pela conclusão da ampliação da pista de pousos e decolagens (obras em andamento, com término previsto para o final do ano). Os serviços compreendem na extensão em 600 metros da pista principal, sua junção com a existente, e a construção de uma saída rápida.
 
Quanto ao restante – que compreende a reforma completa da atual pista de pousos e decolagens, reforma do pátio de aeronaves 1, construção de duas novas saídas rápidas e reforma de todas as pistas de manobra de aeronaves – o método de execução contratada pela Infraero não atendia o plano operacional do novo concessionário. Dessa forma, a Infraero, em comum acordo com a BH Airport, retirou do contrato.
 
Conforme previsto no contrato de concessão do aeroporto de Confins, o remanescente da obra poderá ser executado pela BH Airport, em acordo com o poder público. Já a construção do terminal 3 foi concluída em novembro de 2014. Com ele, a capacidade do aeroporto foi ampliada em 5,3 milhões de passageiros/ano, passando para 17,1 milhões de passageiros/ano.
 
Estádio Mineirão
 
Ao contrário do que aconteceu no aeroporto, com obras paralisadas, de acordo com a assessoria de imprensa, o Estádio Mineirão “foi entregue rigorosamente no prazo estabelecido entre o governo de Minas Gerais e a concessionária responsável pelas obras de revitalização e administração do estádio”.
 
Ainda segundo a assessoria, a obra foi entregue em 21 de dezembro de 2012 com o estádio pronto para receber eventos-teste da Fifa, como um amistoso Brasil X Chile, em abril de 2013, e a Copa das Confederações, em junho.
 
Antes da Copa do Mundo, o estádio ainda sediou uma final de Copa Libertadores da América, em 2013, e de várias partidas importantes do Campeonato Brasileiro. O estádio foi entregue à Fifa para a realização do Mundial como o mais testado do país, ainda conforme a assessoria.
 
As obras de modernização do Mineirão foram fixadas no valor total de R$ 666,7 milhões, mas de acordo com a assessoria, esse valor não é dos cofres públicos. A concessionária investiu todos os recursos para a reforma e modernização do Mineirão, que serão reavidos ao longo de 25 anos, por meio do contrato de parceria público-privada (PPP).
 
Mobilidade Urbana
 
Muitas obras para melhorar a mobilidade urbana foram realizadas em Belo Horizonte. As intervenções foram feitas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Mobilidade Copa do Mundo.
 
Boulevard Arrudas
 
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smobi), as obras do Boulevard Arrudas tiveram início em junho de 2010. Na Avenida Tereza Cristina foram realizadas obras de recuperação da laje de fundo, paredes e estrutura de recobrimento do canal do Ribeirão Arrudas, criando novas pistas de rolamento.
 
Na mesma via foi construído o Viaduto Itamar Franco sobre a linha do metrô. O elevado tem 439 metros de extensão, possui três faixas em cada sentido e dá vazão a 86 mil veículos por dia. A conclusão foi em junho de 2013 e o valor investido foi de R$ 233,93 milhões. O orçamento inicial ra do mesmo valor.
 
Move Área Central
 
A construção do Move Área Central teve início em abril de 2012. Segundo a secretaria, ele é o ponto de partida e chegada, no Centro, que liga os passageiros às avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado.
 
O sistema é composto por seis estações de transferência, localizadas nas avenidas Paraná e Santos Dumont – vias que foram transformadas em áreas exclusivas, com 1,3 quilômetro de extensão. O projeto foi terminado em fevereiro de 2014 e foram gastos R$ 74,18 milhões. Na matriz de responsabilidade da Copa do Mundo, a previsão orçamentária para a obra era de R$ 56 milhões.
 
Move Av. Cristiano Machado
 
Já o Move Cristiano Machado começou a ser construído em setembro de 2011 e as obras foram concluídas em abril de 2014. O investimento foi de R$ 55,11 milhões. O sistema faz a ligação entre o Centro e as regiões Leste, Nordeste e Norte de Belo Horizonte.
 
Com duas estações de integração (São Gabriel e José Cândido da Silveira) e nove de transferência, o corredor de 7,1 quilômetros de extensão atende a uma demanda de 300 mil passageiros por dia e funciona, também, como alternativa de acesso ao Mineirão. O orçamento inicial era de R$ 52,6 milhões.
 
Corredor Av. Pedro II
 
As obras na Avenida Pedro II e as complementares tiveram início em março de 2012. A Pedro II recebeu adequação viária, como faixas exclusivas para ônibus e a recuperação e alargamento do Viaduto B, para priorizar o transporte coletivo e facilitar o acesso ao Centro.
 
Foram instalados 23 novos abrigos de ônibus. Neste empreendimento há também o complemento dos Moves Antônio Carlos / Pedro I e Cristiano Machado com a construção de 16 estações de transferência no Move Antônio Carlos / Pedro I, a nova Estação de Integração São Gabriel, novas passarelas e dez estações de transferência no Move Cristiano Machado. A conclusão foi em junho de 2014 e custaram R$ 148,51 milhões. O orçamento inicial era de R$ 168,5 milhões.
 
Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte (COP-BH)
 
A construção do Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte (COP-BH), uma expansão da Central de Controle de Trânsito da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), foi em uma área de 3.037,37m² e teve um investimento de R$ 31,59 milhões. As obras dforam iniciadas em maio de 2013 e concluídas em junho de 2014. O orçamento inicial era de R$ 31,59 milhões.
 
Via 210
 
O Complexo Via 210, que liga a Via do Minério e a Avenida Tereza Cristina, desafogaria o tráfego de veículos na região do Anel Rodoviário, compreende, ainda, a implantação de um parque linear, uma ciclovia, a construção de trincheira, pontes e alças de acesso e obras contra enchentes. As obras foram iniciadas em agosto de 2011 e seriam concluídas em maio de 2014, mas ainda estão em andamento.
 
O custo total do complexo foi de R$ 126 milhões, sendo R$ 67 milhões para a avenida e as demais intervenções urbanísticas, outros R$ 57 milhões para as desapropriações e R$ 2 milhões para projetos. O orçamento inicial era de R$ 118 milhões.
 
Move Av. Antônio Carlos / Pedro I / Vilarinho
 
A implantação do Move Antônio Carlos / Pedro I / Vilarinho teve um custo estimado em R$ 685,12 milhões, mas fechou em R$ 713,4 milhões. O corredor começou a ser construído em junho de 2010 e foi terminado em maio de 2014. Ele é o principal acesso ao Mineirão e ao Vetor Norte, à Cidade Administrativa do Governo do Estado, ao Aeroporto Internacional e ao polo industrial no entorno do terminal.
 
Com 14,7 quilômetros de extensão, ele se estende pelas avenidas Antônio Carlos, Pedro I e Vilarinho, e possui três estações de integração (Venda Nova, Vilarinho e Pampulha) e 25 de transferência. O Move Antônio Carlos tem capacidade para transportar 400 mil passageiros por dia. Concluído em maio de 2014.
 
O Complexo Vilarinho teve início em setembro 2011 e compreende as estações Venda Nova e Vilarinho, que integram o Corredor do Move Antônio Carlos. Foram realizadas adequações viárias para acesso do Move à Estação Vilarinho, compreendendo alargamento de pistas, construção de passagens em trincheiras, viadutos e passarelas.
 
Na Avenida Vilarinho foram construídas quatro estações de transferência do sistema Move. O Move Venda Nova / Vilarinho e estações de transferência entraram em operação em maio de 2014. A trincheira exclusiva do Move que liga as avenidas Vilarinho e Pedro I foi concluída e aberta ao trânsito em maio de 2015.
 
No Corredor Pedro I foram executadas obras complementares – sarjetas e calçadas, por exemplo – e paisagismo. O contrato ficou temporariamente paralisado para avaliação do empreendimento após a queda do Viaduto Batalha dos Guararapes, em julho de 2014. As obras começaram em fevereiro de 2011 e tiveram conclusão parcial em julho de 2015.
 
Por causa da finalização do contrato com a empresa Cowan, ficaram pendentes alguns serviços complementares como sinalização e paisagismo e obras na via no entorno. Os projetos das vias do entorno já foram concluídos pela BHTrans e será executado pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). A previsão de novas licitações para a conclusão dos trabalhos está prevista para 2018.
 
Hotelaria
 
Quando o assunto é hotelaria, Belo Horizonte foi uma das capitais brasileiras que mais sofreram com o reflexo negativo deixado pela Copa do Mundo 2014.
 
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABIH-MG) e a JR & MVS Consultores, pela Lei de Operação Urbana dos Hotéis Copa do Mundo Fifa Brasil 2014, foram aprovados 78 projetos de julho de 2010 a meados de 2011.
 
Desses, 43 saíram do papel e 35 foram entregues dentro do prazo. Os outros cinco ficaram prontos em 2015, com atraso de pelo menos seis meses, considerando a realização do evento em junho de 2014. Os outros 35 não saíram do papel.
 
Segundo a PBH, ao todo, 39 empreendimentos foram licenciados pela lei. Treze hotéis tiveram a obra concluída dentro do prazo e começaram as atividades no período certo.
 
Catorze meios de hospedagem como hotéis, hostels e pousadas tiveram as atividades encerradas pós-copa até 2018.

Segundo a ABIH-MG, até 2011 havia 46 hotéis e 7.663 apartamentos ou unidades habitacionais. Atualmente, em Belo Horizonte, há 117 hotéis em funcionamento.

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